Uma mulher negra na vice-prefeitura da cidade do Rio de Janeiro.

As mulheres negras são 28% da população brasileira, mas governam apenas 4% dos municípios. Para a maior parte deste grupo, a violência política de gênero e raça, a partir do desmerecimento de seus próprios partidos, é a principal causa.

Este não é um fenômeno recente, sobretudo para lideranças de mulheres negras e indígenas do Partido dos Trabalhadores (PT), o maior partido de esquerda da América Latina e do Brasil. Desde a década de 1980, são muitos os casos em que mulheres negras tiveram suas candidaturas rifadas e preteridas em favor de homens brancos que não apenas não representavam a vontade da militância do partido, mas também não atendiam aos anseios de mudança e representação da população brasileira.

Na campanha à presidência de Lula em 1989, os negros organizados do PT defendiam o nome de Benedita da Silva para a vice-presidência na disputa eleitoral daquele ano. Naquele momento, a direção nacional do partido considerou “ser demais” ter um operário e uma ex-empregada doméstica à frente de uma chapa presidencial. Apesar do apoio interno do partido, Benedita não foi escolhida como vice naquele ano.

Mais de 30 anos depois, nas eleições de 2020, em Salvador, na Bahia, a socióloga, ativista e militante histórica do PT, Vilma Reis, sofreu um veto da direção partidária para sua candidatura à prefeitura da cidade mais negra do mundo fora da África. Para o partido, aquele ainda não era o momento para uma candidatura proveniente essencialmente de movimentos sociais e, em especial, do movimento de mulheres negras de Salvador.

Na disputa deste ano, em 2024, a Secretária do Setorial Nacional de Mulheres do PT, Anne Moura, que em 2022 foi candidata a vice-governadora do Amazonas, denunciou a maneira como o partido descartou sua candidatura para a prefeitura de Manaus. Dirigentes locais inviabilizaram sua candidatura ao cargo, defendendo o nome de um ex-deputado federal e recém-filiado ao PT para disputar a prefeitura de Manaus neste ano, a despeito da posição da militância petista feminina, negra e indígena do Amazonas.

Carol Dartora, primeira deputada federal negra do Paraná e primeira vereadora negra de Curitiba, atual vice-líder do PT na Câmara dos Deputados, também sofreu um forte golpe das direções do partido ao ter seu nome rejeitado para a disputa da prefeitura de Curitiba em 2024, com a escolha de um candidato de outro partido, que teve uma gestão mal avaliada pelos eleitores do PT e esteve ao lado da extrema-direita no município.

Nós não queremos que Tainá de Paula seja a próxima liderança negra petista descartada.

Hoje, no Rio de Janeiro, o PT ignora o nome de Tainá, Secretária de Meio Ambiente e Clima e vereadora mais votada do partido nas eleições de 2020 para compor a futura chapa PSD e PT, indicando o nome de dois homens brancos, sem consenso entre a militância partidária, para compor a chapa com o atual prefeito Eduardo Paes. Não podemos deixar que, mais uma vez, uma mulher negra seja ignorada na disputa majoritária desta cidade.

Diversos movimentos sociais, coletivos, intelectuais e ativistas, como Sueli Carneiro, Nilma Bentes, Vilma Reis, Sandra Andrade, Hélio Santos, Douglas Belchior, Juliana Borges, Hilton Cobra, Renato Nogueira, Rodrigo França, Giovanna Nader e Gregório Duvivier já se posicionaram a favor da indicação de Tainá de Paula como candidata à vice-prefeitura da cidade do Rio de Janeiro.

Nós queremos uma mulher negra no comando do Rio de Janeiro e a nossa hora é agora!

Pressione o Partido dos Trabalhadores e o prefeito e pré-candidato à prefeitura do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), pela indicação de Tainá de Paula como candidata a vice-prefeita na cidade do Rio de Janeiro.


Pressione por uma mulher negra na vice-prefeitura do Rio de Janeiro

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pessoas querem uma mulher negra na vice-prefeitura do Rio!